Excesso de lixo preocupa especialista e reciclagem é uma solução 

Em meio a uma era de grande avanço tecnológico, saltos importantes na ciência, lançamentos e inovações em toda rede mercadológica, deparamos com um grande problema social, a produção massiva de lixo.

O lixo é proveniente de várias origens consequentes da ação humana como fábricas, casas, shoppings, restaurantes, lojas, enfim quase tudo que o ser humano usufrui gera algum tipo de descarte. Esse material que não se utiliza mais é jogado fora, muitas vezes sem o devido cuidado. Os resíduos sólidos e rejeitos quase sempre vão parar na natureza trazendo uma série de consequências, já que poluem os cursos de rios e nascentes, contamina o solo e subsolo, emissão de poluentes como o chorume, diminuição da biodiversidade, entre outros.
 
No meio desses problemas causados pelo descarte incorreto do lixo, surgem maneiras para amenizar esse impacto como a reciclagem e a reutilização. João Fehér, jornalista e idealizador da Ecojota, define os dois termos “Reutilizar é dar novo aproveitamento ao material, prolongando seu uso e reciclar é o processo de transformação química e física para se obter a matéria-prima daquele material para, assim, voltar a ser utilizado. Reutilizar é o melhor caminho, pois mesmo o processo de reciclagem não elimina 100% do material e muito daquele material acaba indo para o solo. A reciclagem também não deixa de ser um processo industrial e todo processo industrial deixa marcas no meio ambiente. Cada vez que um material passa por este processo vai se esgotando, até não poder mais ser reciclado e um dia ir, de qualquer forma, para o solo ou rios e mares.”

Apesar disso, ainda existe um grande número de lixo direcionado para aterros ou lixões a céu aberto gerando um efeito em cadeia prejudicial ao meio ambiente que está, cada vez mais, fora de controle. O Fórum Econômico Mundial de Davos divulgou um estudo alarmante relatando que, em 2050, teremos mais plástico nos oceanos do que peixe. Essa consequência já é visível nas águas, são diversos animais encontrados em estado de choque com lixo no estomago e vias respiratórias, o desaparecimento de inúmeras espécies, desequilíbrio ambiental consequente da morte das algas, entre outros problemas notórios.

Existem programas na região que tentam minimizar esse impacto negativo incentivando a adoção de boas práticas como ocorre com a troca de pilhas e baterias por desconto na conta de luz em Bragança Paulista e pagamento da conta com material reciclável em Atibaia, ou ainda o projeto Ecojota que busca incentivar o uso de alguns materiais ecosustentáveis. João afirma que “Alguns materiais são mais fáceis de serem reutilizados que outros e cabe a criatividade de cada um criar formas de utilizá-los antes de tentar reciclar ou, até mesmo, descartar no lixo comum quando este material não é reciclado ou pouco aceito na indústria de recicladoras. Alguns exemplos são os plásticos que na parte interna são metalizadas, como embalagens de salgadinhos e de café, e o isopor que é super difícil de reciclar, mas mesmo estes podem reutilizar de algumas formas, como por exemplo, dentro de vasos de plantas para fazer a base embaixo da terra e ajudar no escoamento da água.”

Para tentar diminuir o impacto ambiental causado pelo lixo são necessárias mudanças nas ações humanas, como ter mais incentivo e recursos públicos para reciclar e reutilizar os resíduos sólidos, interesse social, além da participação das grandes empresas no controle das produções.

“Todo descarte de material tem que ser consciente, pois este descarte incorreto atrapalha a saúde de uma sociedade, seja ele feito por uma tubulação de saneamento básico que recebe material por meio dos vasos sanitários, seja pelo material jogado nas ruas que vão para os bueiros e podem contribuir para que ocorra alagamento em chuvas fortes. Já temos muito material no mundo e, mesmo com todo o descarte correto, está impactando a nossa vida negativamente. Com o descarte incorreto, este processo de adoecimento do meio ambiente é acelerado.” Alerta João Fehér.